Assistir Violência Gratuita Dublado Online
A trama envolve a dona de casa de classe média Anna (Watts), seu marido George (Roth) e seu filho de 10 anos de idade Georgie. A família vai passar um fim de semana de feriado em uma casa de veraneio isolada, perto de um lago. O casal é aterrorizado por dois inesperados visitantes: os jovens psicopatas Peter (Brady Corbet, de Os Thunderbirds) e Paul (Michael Pitt, de Cálculo Mortal) que os fazem de reféns, utilizando a família em uma espécie de jogo sádico, violento e doentio.
Não deixa de ser frustrante que, em seu primeiro projeto “hollywoodiano”, o brilhante cineasta alemão/austríaco/francês Michael Haneke tenha optado por simplesmente recriar, quadro a quadro (como Gus Van Sant em Psicose), um filme que comandou em 1997: o instigante Violência Gratuita. Ainda assim, embora preferisse ver Haneke emprestando seu talento a novos trabalhos, é um alívio constatar que ele não se vendeu como George Sluizer em sua constrangedora refilmagem de O Silêncio do Lago, já que esta nova versão de Funny Games não se desvia um centímetro sequer do original, que, como escrevi em um comentário publicado no Rotten Tomatoes há alguns anos, funcionava como um genial exercício narrativo e de estilo que, ao mesmo tempo em que mantinha o espectador tenso, obrigava-o a encarar a própria fascinação pela violência.
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Trazendo dois jovens psicopatas possivelmente inspirados em Leopold e Loeb, o filme inicialmente nos apresenta à harmoniosa família formada por George (Roth), Ann (Watson) e Georgie (Gearhart, surpreendente em sua expressividade). Viajando para passar duas semanas em sua casa à beira do lago em Long Island, os três logo são tomados como reféns por Paul (Pitt) e Peter (Corbet), que passam a torturá-los enquanto sugerem que a família não chegará viva ao dia seguinte. Por que os rapazes agem desta maneira é algo que o filme não se preocupa em responder: pode ser um ato sem sentido, como indica o bom título em português, ou mesmo uma forma perversa de buscar prazer, como sugere o plano em que um dos jovens segura um taco de golfe diante da virilha, como se exibisse uma enorme ereção – ou, possivelmente, uma combinação de ambos. Seja como for, a história do longa não importa de fato, já que é empregada apenas para permitir que Haneke se entregue a um exercício narrativo que explora e condena, simultaneamente, o maniqueísmo do gênero e do Cinema de modo geral.
Cineasta que jamais escondeu seu prazer em manipular descaradamente o espectador (como apontam os brilhantes Caché e Código Desconhecido – este último, trazendo uma seqüência sensacional com Juliette Binoche que confunde o público em sua tensão crescente), Michael Haneke aqui esfrega na cara da platéia tudo o que está fazendo, como se se esforçasse ao máximo para que nos déssemos conta de todos os seus artifícios como contador de histórias – e este esforço já começa com o surgimento do título, que traz consigo os acordes incômodos e inesperados de um rock pesado que se contrapõe à relaxante ária que ouvíamos até então (e que, de certa forma, simboliza a intromissão dos jovens assassinos no cotidiano pacato daquela família).